Aos 33 anos, Elaine Brito vivenciou uma mudança drástica em sua vida. Enquanto ainda amamentava sua filha, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. O choque foi avassalador, e o medo de perder tudo, especialmente o futuro ao lado de sua filha, trouxe um peso esmagador. “Meu primeiro pensamento foi: acabou pra mim, vou morrer!”, recorda Elaine, relembrando o terror que tomou conta de seus dias. “Cada vez que olhava pra minha filha, me sentia aterrorizada pelo medo de deixá-la tão cedo”.
Mas a força de Elaine foi além do medo. Ao se inspirar na citação de Machado de Assis, ela encontrou uma nova perspectiva: “O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo.” Com essa visão, ela decidiu usar aquele momento como uma oportunidade para crescer. “Eu respirei e comecei a usar aquele bordado a meu favor”, compartilha. Determinada a vencer, ela mergulhou em estudos sobre seu caso, fortaleceu sua fé e, o mais importante, aprendeu a pedir ajuda. “Eu aprendi que não podemos carregar o fardo sozinhas. A ajuda chega quando a gente sabe esperar e pedir.”
O processo de tratamento foi desgastante, tanto físico quanto emocionalmente. A perda de uma mama e a necessidade de deixar vaidades para trás foram desafiadoras, mas também serviram como catalisadores para algo maior. “A cada etapa, eu me despia um pouco mais da superficialidade e compreendia que eu podia usar essa experiência para ajudar outras mulheres”, explica Elaine. Foi dessa percepção que nasceu o Coletivo Bonitas Também, um projeto voltado para o acolhimento integral de mulheres diagnosticadas com câncer.
“Eu sabia que tinha que fazer algo, não só por mim, mas por todas que enfrentam o que enfrentei”, reflete. O coletivo vai além do tratamento médico, oferecendo apoio psicológico, jurídico e social, garantindo que as mulheres tenham uma rede de suporte e não se sintam sozinhas. “O câncer não é só uma batalha física. Ele mexe com nossa mente, com nossa autoestima e com as relações ao nosso redor. O que cura, além da medicina, é o amor, o carinho e o acolhimento que recebemos.”
Elaine também menciona que o coletivo foi fruto de uma união de forças. “Quando eu e a Enna nos encontramos, percebemos que a nossa missão era maior que apenas sobreviver. Era transformar nossa dor em algo que pudesse beneficiar outras mulheres. Porque, juntas, somos mais fortes.”
A iniciativa Coletivo Bonitas Também já impactou a vida de muitas mulheres, criando um espaço de acolhimento, apoio e amor. Para Elaine, a jornada não é apenas sobre enfrentar o câncer, mas sobre encontrar sentido na adversidade e transformar a dor em uma força motriz para o bem.
Elaine Brito continua sendo uma inspiração para todas as mulheres, mostrando que, mesmo diante das maiores adversidades, é possível renascer, ajudar e fortalecer outras vidas.
Elaine Brito: Transformando a Dor em Amor e Acolhimento.
Para conhecer mais sobre a ONG clique aqui: “Qualquer Uma de Nós: Um Convite ao Cuidado e ao Acolhimento”
Conteúdo Original Auge | Créditos das fotos: (Ruan Brito).
