GÊMEAS EMPELICADAS
“Eu não tinha noção da graciosidade e da raridade que é o nascimento empelicado. Na hora do parto foi um misto de emoção muito grande, até da equipe”, conta Juliana Rocha (37), (@rochajulie_), moradora de Santo Antônio de Jesus e mãe das gêmeas que nasceram empelicadas no dia 19/11/21.
Durante a gestação o bebê fica dentro do útero, envolto por uma membrana cheia de líquido, que é a bolsa amniótica. “Essa bolsa é muito importante para o desenvolvimento do bebê, principalmente para ele se movimentar e expandir os órgãos internos”, explica o Dr. Maurício Castro (@dr.mauriciocastro), médico obstetra responsável pelo parto de Juliana.
Normalmente a bolsa amniótica estoura no momento em que o bebê vai nascer, pois ele passa por um canal mais estreito do que o uterino, o que provoca o rompimento da membrana que o protege. “Seja em parto normal ou cesariano, o ideal é que a bolsa rompa somente durante ou após o parto”, avalia o doutor.
A bolsa amniótica faz com que o bebê permaneça como se estivesse dentro do útero, pois ainda não respira pelo nariz ou pela boca, mas sim pelo sangue que passa da mãe para ele dentro do cordão umbilical. “É um fenômeno raro porque normalmente a bolsa estoura, então é necessário que se tire muito devagar para que ela não rompa”, explica o Dr. Maurício ao falar sobre a raridade do caso.
O nascimento de um bebê empelicado é mais comum em gestações gemelares, em que se tem mais de um feto, ocorrendo no segundo gemelar, pois o canal permanece aberto desde a passagem do primeiro bebê, fazendo com que o segundo nasça empelicado. “O que não foi o caso de Juliana, já que as duas bebês nasceram envoltas por película”, relembra Dr. Maurício.
“Não existe risco atribuído ao parto empelicado. Ao contrário, o ideal seria que em todos os partos não se rompesse a bolsa, mas normalmente ela se rompe antes do nascimento”, complementa o médico.
“Eu não tinha dimensão da raridade do fenômeno. Mas pesquisei e li que a cada 80 mil partos, apenas um é de nascimento empelicado”, diz Juliana, ainda ressaltando que para ela “O fenômeno é sinônimo de sorte e bons presságios para a vida das minhas filhas, são duas estrelas lindas que nasceram como o Sol”.
Para Juliana o maior desafio é cuidar de duas ao mesmo tempo, pois “Mesmo já sendo mãe e tendo uma filha de vinte anos, tem sido desafiador principalmente a amamentação, além de equilibrar as demais funções de mãe, dona de casa e esposa”, ressalta a mãe das gêmeas, que ainda vão completar dois meses de nascidas.
Victoria Mercês
17/01/2022