LONGA ‘EDUARDO E MÔNICA’ GANHOU PRÊMIO DE MELHOR FILME EM FESTIVAL INTERNACIONAL
Aqueles que já passaram dos 30 anos certamente já ouviram muitas vezes as frases que questionam se razão ou emoção conduzem o amor: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?” (Leu cantando, não foi? risos).
Esses versos icônicos abrem e encerram uma das músicas de maior sucesso da Banda Legião Urbana que conta a história de amor entre um casal improvável, mas que acabou se completando “que nem feijão com arroz”. Essa jornada romântica e inusitada recentemente se tornou inspiração para um longa brasileiro homônimo dirigido por René Sampaio e premiado como Melhor Filme Estrangeiro no ano de 2020, no Canadá.
Estrelado por Alice Braga e Gabriel Leone, o filme é ambientado quase que totalmente no Centro-Oeste do Brasil, berço de grandes bandas de rock nacional dos anos 80. E são os elementos desta mesma década que roubam a cena por diversas vezes. A trilha sonora do filme, o figurino dos personagens (tem até mochilas da Company), diálogos em telefones fixos, Mônica (Alice Braga) usando um orelhão com ficha, além das cenas como as que envolvem a decoração natalina e a vila militar onde Eduardo (Gabriel Leone) reside com seu avô (Otávio Augusto), trazem uma nostalgia que nos fazem voltar no tempo e mergulhar num universo paralelo onde a canção de Renato Russo fazia todo sentido.
As atuações de Alice e Gabriel, como o casal principal da trama, também merecem destaque por incorporarem, de maneira nada caricata, todas as características dos personagens. A química entre eles vai sendo construída à medida em vão se conhecendo melhor, com muita delicadeza, diante dos olhos e da torcida dos expectadores. Outro ponto alto do filme são as cenas em que aparecem o personagem Inácio (Victor Lamoglia), criado para costurar a trama oferecendo o ombro e conselhos muito engraçados para seu amigo Eduardo.
A altivez da independente e bem-resolvida Mônica cede aos encantos do inexperiente e corajoso Eduardo mesclando os clichês da música com elementos novos, criados para dar corpo às histórias pregressas dos personagens e justificar sua forma de ver o mundo, numa narrativa que enriquece ainda mais a história de amor, pincelada por uma fotografia emocionante. Por diversos momentos mergulhamos num mundo onde o romance era mesmo possível antes de aplicativos de mensagem instantâneas e das redes sociais (Alô, Geração Z! Tá passada?).
É um belíssimo filme para os românticos incorrigíveis e para os saudosos da década de ouro do rock brasileiro. Essa é a nossa indicação para o seu final de semana: “Eduardo e Mônica” é um longa de 115 minutos e está em cartaz nos cinemas. O trailer você pode conferir aqui:
