NAÇÕES PLANEJAM TRATADO PARA REDUZIR A PRODUÇÃO DE PLÁSTICO
Representantes de 175 nações concordaram em começar a escrever um tratado global para restringir o crescimento explosivo da poluição plástica. O acordo, discutido em Nairóbi, no Quênia, visa a melhoria da reciclagem, a limpeza dos resíduos plásticos do mundo e também reduzir de maneira significativa a própria produção dos descartáveis.
Defensores disseram que esse seria o acordo ambiental mais importante desde o Acordo de Paris de 2015, que discutia sobre mudanças climáticas. Os negociadores devem se reunir este ano para a primeira rodada de negociações para definir os detalhes do tratado sobre plásticos, com o objetivo de selar um acordo até 2024.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a quantidade total de plásticos já produzida é, hoje em dia, maior do que o peso de todos os animais terrestres e marinhos juntos, sendo que apenas 9% já foi reciclado, enquanto todo o restante acabam em aterros sanitários, lixões, ou até mesmo em ambiente natural.
Os cientistas dizem que os plásticos causam muitos danos ao longo do seu ciclo de vida, pois liberam gases de efeito estufa que são altamente tóxicos e que aquecem o planeta durante a produção.
O debate para o acordo se iniciou com uma proposta conjunta entre Peru e Ruanda. “A poluição plástica é uma crise planetária, uma ameaça que afeta todos nós. O verdadeiro trabalho começa agora”, disse Jeanne d’Arc Mujawamariya, ministra do Meio Ambiente de Ruanda, durante a reunião.
Entre outros requisitos, o tratado especifica que qualquer acordo global deve ser juridicamente vinculativo e deve abordar todo o ciclo de vida dos plásticos, desde a produção até o descarte, reciclagem e reutilização. Além disso, o tratado também deve discutir o design de embalagens para reduzir o uso de plástico, melhorar a reciclagem e disponibilizar assistência técnica e financeira às nações em desenvolvimento.
O acordo também menciona a importância de considerar o risco da poluição plástica para a saúde humana e o meio ambiente. “Quando falamos de plásticos, estamos realmente falando de produtos químicos e carbono”, disse Tadesse Amera, pesquisador ambiental e co-presidente da Rede Internacional de Eliminação de Poluentes, um grupo sem fins lucrativos.
Fonte: The New York Times
Victoria Mercês
02/03/22