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O DISTANCIAMENTO QUE REAPROXIMOU

Home office, escolas fechadas e a recomendação dos órgãos de saúde para ficar em casa. Juntos, estes acontecimentos causaram diversas mudanças na vida da maioria da população. A convivência quase que em tempo integral foi uma delas – um fato positivo em meio a este tempo de incertezas. Com o início do isolamento social, as pessoas começaram inevitavelmente a passar mais tempo dentro de casa, e como consequência, a realização de pequenas reformas residenciais cresceu neste período. O lar acabou se transformando em local de trabalho e única opção de lazer.

REAPROXIMANDO

Um ano atípico e cheio de mudanças, assim pode ser definido 2020. Em meio a diversos problemas e riscos, um fator pode ser considerado positivo: a reaproximação familiar durante o isolamento social. Com mais tempo em casa, pais e filhos voltaram a conviver de forma mais intensa, o que era praticamente impossível antes do lockdown, quando todos ficavam presos em rotinas que acabava os afastando. Passar mais tempo juntos, como família, é desafiador, pois nem sempre todos estão na mesma sintonia. Paciência, compreensão, acolhimento são elementos essenciais nesta nova fase. A volta das conversas, a presença física, a intimidade reconquistada fez com que as famílias se fortalecessem durante a turbulenta sucessão de acontecimentos negativos que atingiu todo o mundo. As relações dos casais também ganharam novos contornos. Com esse tempo a mais, muitos o utilizaram para realizar programas juntos, como assistir filmes, séries, cozinhar, redecorar a casa, dar atenção às plantas. Novos hábitos foram criados, o novo normal fez com que novas afinidades fossem descobertas, tradições criadas e que o desejo de estar em família ganhasse uma força ainda maior. Pais e filhos, de todas as idades, tiveram a chance de estreitar os laços. Conversas voltaram à rotina, os jogos e as brincadeiras ganharam um espaço maior no cotidiano .

A CASA VIROU LAR

Pessoas que trabalham fora, ou estudam, e tem a necessidade de passar muito tempo longe do lar, tendem a enxergar sua residência como um local de descanso. Com uma rotina cheia fica mais difícil que se queira mudar algo em casa – já que se passa mais tempo fora do que usufruindo dela, ou quando há algum projeto de mudança, falta ânimo para realizar as reformas. Mais tempo ocioso destacou defeitos e falhas e encorajou que mudanças fossem realizadas. As pessoas puseram em prática ideias antigas para mudança de ambientes, pequenas reformas e reparos pendentes. A ideia é imprimir mais da personalidade na decoração, tornar os espaços mais confortáveis e práticos, para que seja mais prazeroso passar tanto tempo em casa. “Eu acredito que essa procura se deve à vontade das pessoas de se sentirem bem no seu espaço. A busca por aspectos e detalhes na casa – não só estéticos, que promovam o bem estar. Durante a pandemia as pessoas buscaram estar em um ambiente em que se sentissem aconchegados, protegidos e amparados, e a arquitetura se voltou para isso”, conta a arquiteta Itana Lemos, que teve um aumento na demanda de projetos no seu escritório, nos primeiros meses da quarentena. Para Itana, a arquitetura já seguia na direção da busca por uma maior integração entre as pessoas e os projetos, em detrimento de obras que visavam apenas o lado estético, e a pandemia acentuou essa mudança, tornando esse caminho sem volta. O depoimento de Sheila Esteves, uma das clientes da arquiteta, demonstra bem a importância dessa mudança. “Ficar em quarentena, em uma casa que tem a nossa cara é muito menos traumático”, conta a cliente realizada.

O LADO BOM

Quando a necessidade de passar mais tempo em casa se apresentou, tudo indicava que seria uma tarefa árdua – e na maioria dos aspectos realmente não foi fácil, mas ao voltar a atenção para a família e deixar o resto do mundo um pouco de lado, ficou claro que valores foram resgatados, sintonias foram refeitas e aquela velha moral da história de que tudo tem um lado bom, fez todo o sentido.

 

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