Ele já havia se encantado pela Psicologia antes mesmo de ser aprovado no Enem. Mas foi durante os anos de graduação na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB – que Leandro Souza viu o encanto se transformar numa paixão. Tendo concluído o curso em 2018, abraçou as muitas oportunidades profissionais que surgiram e hoje vê o sonho de ser um psicólogo respeitado se tornando realidade.
“A Psicologia e a UFRB me formaram não só como psicólogo, mas também como ser humano. O jeito que eu olho as coisas, que eu percebo as coisas, que eu reflito sobre as coisas… Eu acho que sou uma pessoa muito mais madura e bem mais consciente devido à formação que recebi”, afirma.
Souza, que é pós-graduado em Psicologia Escolar e pós-graduando em Terapia Cognitivo-Comportamental, teve suas primeiras experiências profissionais como psicólogo escolar, campo em que permanece atuando no município de Presidente Tancredo Neves. Além disso, exerce também a Psicologia Clínica nas cidades de Valença, Presidente Tancredo Neves e Santo Antônio de Jesus, onde também é psicólogo no CAPSAD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas.
Para o psicólogo, existem três princípios básicos que sustentam um bom atendimento clínico: estudo; supervisão; e psicoterapia individual. “A partir do momento que estamos ali nos expondo a emoções, sentimentos e histórias precisamos reconhecer os nossos limites enquanto seres humanos e a terapia ajuda nisso. Sem contar que também temos as nossas questões, as nossas fragilidades. Considero a terapia algo fundamental para o psicólogo”, salienta.
É com o olhar e escuta atentos e ativos que Leandro Souza busca compreender as demandas de seus pacientes, sejam eles homens, mulheres, idosos ou adolescentes, e ajudá-los, assim, no processo de autoconhecimento. Para isso, adota a abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental.
“Eu acredito muito no princípio básico da TCC, que aponta que não são as coisas em si, não são apenas os acontecimentos que trazem o sofrimento e sim, a forma que interpretamos as situações. A Terapia Cognitivo-Comportamental defende que a forma que decodificamos a realidade a nossa volta que vai influenciar nossas emoções e comportamentos”, explica.
O psicólogo seria então, segundo Souza, o profissional que auxilia o paciente a “pensar sobre o que ele está pensando”, ou seja, racionalizar o pensamento e, assim, compreender o motivo pelo qual o pensamento se desenha daquela forma. “A gente precisa “parar para pensar (…) pensar mais devagar”, afirma o psicólogo em referência a um texto do professor, filósofo e pedagogo Jorge Larrosa Bondía.
Uma sociedade intolerante com as suas emoções
Para Leandro Souza, nossa sociedade tem avançado bastante nas discussões sobre saúde mental. Um tema que até então era tabu, hoje, principalmente após o início da pandemia, tem sido pautado com mais frequência. No entanto, o psicólogo afirma que na prática ainda estamos dando passos lentos.
“As discussões sobre saúde mental geram uma consciência maior sobre a importância do trabalho do psicólogo. Mas falar em saúde mental não é só sobre o atendimento psicológico. É também falar sobre sociedade e modos de vida. Então ao mesmo tempo em que a gente discute sobre isso, ainda estamos engatinhando no processo de desconstrução de um modelo de vida que é adoecedor”, esclarece.
Souza aponta uma certa “falta de tolerância às emoções desagradáveis” presente na sociedade atual que ao contrário do que pode se pensar, não se trata de algo positivo. “Existe uma necessidade de estar feliz o tempo inteiro. Não prestamos atenção no que sentimos. Não queremos nos sentir mal, mas também não tentamos compreender o que nos faz não estar bem”, explica.
E é para ajudar neste processo de autoconhecimento e olhar atento para emoções e pensamentos que atua o psicólogo. Mas para isso, aponta Leandro, é preciso aproximar ainda mais a Psicologia da sociedade. “Precisamos de uma Psicologia que seja mais plural, que alcance uma camada da sociedade que ainda não tem acesso. Que se aproxime de pessoas com múltiplas demandas e enxergue o protagonismo do sujeito, que seja cada vez mais libertadora”, finaliza.
Leandro Souza dos Santos
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