A bicicleta é um dos meios de transporte mais antigos, com mais de 200 anos de existência, mas foi recentemente, em meio à pandemia do coronavírus, que houve um espantoso avanço da prática do ciclismo. Dados da Associação Brasileira do Setor das Bicicletas apontam que em maio de 2020, foi registrado um aumento de 50% nas vendas de bicicletas em relação ao ano anterior. Um cenário brasileiro que se repete também nas cidades do Recôncavo Baiano, entre elas, Santo Antônio de Jesus.
“Lembro muito bem de uma Monark vermelha que foi a primeira bike. Meu pai, sem poder comprar uma nova, pegou uma monareta vermelha usada e reformou”, afirma o empresário Lui Tinoco, um apaixonado, desde a adolescência, pelo mundo sobre duas rodas. Após um tempo longo do pedal, Tinoco voltou a pedalar com constância há 04 anos quando pesava 99kg. Segundo ele, a reaproximação se deu pela necessidade de vencer o sedentarismo, hoje é um apaixonado pelo esporte, com 16kg a menos. Se para Tinoco o retorno aos pedais estava relacionado à saúde física, o que motivou a professora e estudante de nutrição, Caroline Maria, a dar as primeiras pedaladas foi a busca por uma atividade terapêutica que amenizasse suas crises de ansiedade. “Pedalar foi minha fuga para as crises que retornaram durante a pandemia. Além de melhorar o condicionamento físico, pedalando a gente também trabalha muito a higiene mental”, comenta.
MAIS SAÚDE, MAIS PEDAL, MAIS AMIGOS
Encontrar um esporte que faz bem ao corpo, à mente e ainda te ajuda a fazer mais amigos parece um sonho, mas os relatos provam o contrário. “Fazemos muita amizade no pedal, a galera é muito amiga e unida. Se a gente encontra um ciclista com pneu furado ou outro problema, todo mundo se disponibiliza a ajudar, quer colaborar de alguma maneira. As saídas com os grupos grandes ficaram mais difíceis na pandemia porque a gente tem que manter um distanciamento, mas mesmo assim a gente mantém um grupo menor. Nos protegemos, mas não deixamos de pedalar”, reforça Lui Tinoco.
O PEDAL TAMBÉM É VERDE
Nem só de asfalto vivem os ciclistas. E talvez o contato com a natureza seja, inclusive, um dos privilégios dos corações que se redescobriram sobre duas rodas. A possibilidade de conhecer novos lugares, se desafiar em trilhas mais complexas, enxergar as paisagens que tantas vezes passam despercebidas, sentir o verde e o vento soprando no rosto… Sensações que fazem os ciclistas se encantarem ainda mais pelo estilo de vida. “Pedalar me proporcionou uma maior aproximação com a natureza. A gente percebe coisas que de carro ou de moto não conseguimos notar. O pedal nos proporciona uma liberdade tamanha que eu não consigo passar uma semana em pedalar”, complementa Caroline Maria.
