Bahia se Mantém Líder na Produção de Castanhas de Caju por Extração Vegetal no Brasil
A Bahia consolidou sua posição de destaque como maior produtora de castanha de caju por extração vegetal no Brasil em 2023. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado registrou um crescimento de 6,5% na produção, passando de 571 para 608 toneladas. A maior parte dessa produção se concentra no nordeste baiano, região onde a colheita se beneficia das condições do clima semiárido.
Apesar da liderança na extração vegetal, onde se colhem castanhas de cajueiros naturais, a Bahia ocupa o quarto lugar na produção a partir de plantações específicas, ficando atrás do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. “Na extração vegetal, aproveita-se os cajueiros já existentes, enquanto na produção planejada, há o cultivo específico para a extração do caju”, explicou Mariana Viveiros, Supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia. Somando ambos os métodos, a Bahia produziu 3.989 toneladas, sendo o quarto maior produtor do país e o terceiro maior do Nordeste, com uma receita de mais de R$ 15,5 milhões.
Produção Concentrada no Nordeste Baiano: Agricultura Familiar em Destaque
A produção de castanhas na Bahia é dominada por pequenos agricultores, especialmente na região nordeste do estado, que se destaca pelo clima favorável ao cultivo do caju. De acordo com Elienai Trindade, assessora técnica da Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia, cerca de 95% da produção é proveniente da agricultura familiar, o que impulsiona a economia local e garante a sustentabilidade da atividade.
“Pequenos produtores utilizam áreas de pastagem próximas aos cajueiros, permitindo que parte da produção seja destinada à alimentação animal, gerando um ciclo de aproveitamento integral da colheita”, destacou Elienai. Os municípios que lideram a produção no estado são Tucano, com 68 toneladas, Sítio do Quinto, com 66 toneladas, e Jeremoabo, com 50 toneladas.
Desafios e Perspectivas para o Setor na Bahia
Mesmo com o crescimento, a produção baiana ainda enfrenta desafios, especialmente em comparação com os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, que lideram a produção a partir de plantações específicas, com volumes significativamente maiores. O Ceará, por exemplo, produziu impressionantes 63.258 toneladas, seguido pelo Rio Grande do Norte com 32.072 toneladas, e o Piauí com 20.992 toneladas.
Para continuar avançando no setor, a Bahia busca ampliar a adoção de técnicas de cultivo planejado, além de investimentos em capacitação para os pequenos produtores. A integração entre agricultura familiar e métodos mais modernos de produção pode ser a chave para que o estado aumente sua competitividade e alcance novos patamares no mercado de castanha de caju.
A liderança da Bahia na extração vegetal reflete a força do modelo tradicional de colheita, mas o desafio de expandir a produção planejada permanece no horizonte. Com a união da tradição e inovação, o estado tem o potencial de fortalecer ainda mais sua posição no cenário nacional da castanha de caju.