Edilene Souza: Uma Jornada de Superação e Redescoberta com o Câncer de Mama
“Fui matriculada na escola do câncer, sem querer”, relembra Edilene Souza ao contar sua experiência após o diagnóstico de câncer de mama. Em suas palavras, essa escola trouxe um “mix de emoções” que ela nem consegue descrever. Sua história é marcada por momentos de negação, resistência e, posteriormente, aceitação e transformação.
Edilene compartilha que notou um caroço na mama, mas, por estar em um local não muito comum, não deu importância inicialmente. “Protelei a ida ao médico e cheguei a desmarcar a consulta umas quatro vezes”, lembra. Quando finalmente foi aos exames, percebeu a inquietação da equipe médica. “Aguardei o resultado sem abrir, afinal, não sou médica”, ela diz, mostrando como buscava minimizar o que poderia ser uma notícia negativa. Mas, ao ouvir do médico que tinha câncer, “desabei”.
O peso do diagnóstico foi tão grande que Edilene decidiu guardá-lo por alguns dias antes de contar para sua família e amigos. Ao longo de sua jornada de tratamento, enfrentou desafios como cirurgias nas duas mamas e um processo emocionalmente difícil de lidar com a prótese. “Quebrei o resguardo da cirurgia e tive que ir para Salvador, tentando manter a prótese. A ideia de ficar sem ela era horrível, mas, após dois meses, precisei retirá-la.”
Além dos obstáculos físicos, a questão emocional e a memória cultural do câncer também pesaram. “Sou de uma época em que o câncer era algo tão temido que minha mãe nos mandava cuspir no chão ao falar a palavra. Para ela, câncer era sinônimo de morte.”
Felizmente, Edilene encontrou apoio incondicional em sua família e amigos, o que ela carinhosamente chama de “rede de amor”. Seu irmão e irmã, em especial, estiveram ao seu lado durante todo o processo, tornando-se um dos seus maiores presentes.
Foi nessa fase que Edilene conheceu Elaine, durante uma pós-graduação em outra cidade. Elaine havia prometido que, quando Edilene melhorasse, fariam uma caminhada de 100 quilômetros como forma de gratidão pela recuperação. “Algum tempo depois, ela também foi diagnosticada com câncer, e eu ajudei muito, pois já havia percorrido esse caminho”, conta Edilene.
A partir desse vínculo, nasceu o Coletivo Bonitas Também, um projeto dedicado a apoiar e inspirar mulheres que enfrentam o câncer de mama. “O que começou como uma promessa de caminhada se transformou em um projeto lindo, que reúne mulheres fortes e resilientes, compartilhando suas histórias e aprendizados.”
A trajetória de Edilene Souza não é apenas uma história de superação do câncer, mas também uma celebração da vida, da amizade e da resiliência. Através do Coletivo Bonitas Também, ela e outras mulheres continuam a inspirar muitas outras, mostrando que, mesmo em meio aos momentos mais difíceis, é possível encontrar força e propósito.
Para conhecer mais sobre a ONG clique aqui: “Qualquer Uma de Nós: Um Convite ao Cuidado e ao Acolhimento”
Conteúdo Original Auge
Créditos das fotos: (Ruan Brito).