
O SONHO DE ÍTALO
A Bahia sempre foi reconhecida como um celeiro de talentos da música. Grandes artistas da cena nacional nasceram em terras baianas e se consagraram nacionalmente pela originalidade de seus sons, batuques e poesias. Entre as revelações da novíssima geração, um artista tem chamado a atenção pelo trabalho consistente que apresenta e pela diversidade com que conduz sua voz num surpreendente repertório que vai da soul music ao pop.
“Eu tenho um gosto musical muito diversificado. Talvez isso seja influência da minha família. Minha casa sempre foi muito frequentada por artistas de diferentes gêneros. Como meu pai é produtor e músico, já trabalhou com inúmeros artistas e a gente sempre ouve de tudo lá em casa. Foi através desse repertório doméstico que eu formatei meu gosto musical. Prova disso é o meu repertório que passa por Tim Maia, Elis Regina, Maria Bethânia, Rita Lee e expressões mais recentes da música brasileira. Na verdade, essa pluralidade de sons formou meu gosto musical. Eu gosto de música boa e isso independe de ser um forró, um samba ou até um funk, desde que tenha criatividade e não apele para a vulgaridade de letras sem sentido” diz o artista sobre sua predileção musical.
MÚSICA NO DNA, HERANÇA DE GERAÇÕES DA FAMÍLIA
Ítalo é dono de um timbre tão diferente que hipnotiza. Essa grande promessa da música popular brasileira nasceu em Santo Antônio de Jesus, no interior da Bahia. Inserir-se ao mundo da música era algo natural para Ítalo. De uma família que valorizava a musicalidade, ele é filho do produtor, multi-instrumentista e musicólogo Petão e irmão do produtor e baterista Állefe, que desde cedo teve o talento reconhecido por grandes nomes da música nacional, como Seu Jorge, Arthur Maia, Moraes Moreira e Planet Hemp. “Meu pai é uma inspiração pra mim. A relação dele com a música é apaixonante. Música em nossas vidas é algo que vem desde o início. Meu avô paterno tocava violino em uma orquestra em São Paulo. Então, meu pai começou a tocar instrumentos desde cedo e aprendeu em casa. Só depois de muito tempo que ele se especializou como musicólogo através de cursos desenvolvidos na Universidade Federal da Bahia e nas atividades da Filarmônica Amantes da Lira, onde atuou durante muitos anos. Já o meu bisavô por parte da mãe do meu pai tocava num grupo de Chorinho. Minha mãe também é muito musical e canta muito bem. Então essa influência musical está no DNA da nossa família. Meu irmão Állefe, um pouco mais velho que eu, já impressionava aos adultos em sua performance na bateria, quando ainda tinha apenas seis anos de idade. Eu cresci em meio a essa atmosfera musical e meus brinquedos de infância se misturavam entre instrumentos e partituras musicais. Caminho natural para que eu desejasse estudar um instrumento. Foi como eu cheguei à Filarmônica Amantes da Lira, para aprender a tocar trompete”. Conclui o artista.
A participação de Ítalo na Big Band Bossa Jazz, formada por integrantes da Filarmônica Amantes da Lira, deu visibilidade ao cantor, que está preparado para correr atrás do seu grande sonho. Mostrar ao mundo o novo som que vem da Bahia.
Por Jorge Tadeu | Jornalista