Pindobaçu: A Capital Mundial das Esmeraldas que Brilha no Cenário Internacional
A pacata cidade de Pindobaçu, localizada no Centro-Norte da Bahia, pode até viver longe dos holofotes na maior parte do tempo, mas quando brilha, atrai atenção do mundo todo. Reconhecida como a “capital mundial das esmeraldas”, o município tem aproximadamente 200 minas que exploram suas terras em busca de pedras preciosas. Recentemente, Pindobaçu voltou às manchetes internacionais com a descoberta de uma esmeralda monumental, avaliada em impressionantes US$ 165 milhões.
A história de Pindobaçu começou com os tropeiros que, no passado, faziam parada às margens do rio Itapicuru-Açu para descansar e alimentar seus animais. Com o tempo, o povoado, inicialmente chamado de Lamarão, começou a se desenvolver. Em 1914, uma estação ferroviária foi construída no local, mas o nome original foi considerado pouco atraente. A solução veio de um engenheiro da Leste Brasileira, que sugeriu “Pindobaçu”, inspirado no tupi-guarani, significando “palmeira alta”, em referência às palmeiras de babaçu abundantes na região. A mudança foi aceita pela comunidade, e o nome foi adaptado à grafia atual.
Em 1953, Pindobaçu se emancipou de Campo Formoso, tornando-se município. Desde então, a cidade vive a dicotomia entre sua vida tranquila e os momentos de destaque global, graças às esmeraldas que brotam de seu solo. Nesta terça-feira (10), a cidade voltou aos holofotes com a descoberta de uma esmeralda de 225 kg, encontrada a 230 metros de profundidade. A peça, chamada de Coração da Bahia, será leiloada com lances iniciando em US$ 165,6 milhões.
A Pedra do Coração da Bahia
O formato único e a profundidade em que foi encontrada renderam à esmeralda o nome de **Coração da Bahia**. Atualmente, a pedra está exposta em Brasília, aguardando o leilão, que foi adiado para 3 de outubro para que potenciais compradores internacionais possam avaliá-la. O leilão será conduzido de forma on-line pela Grandes Leilões, empresa responsável pela negociação.
O leiloeiro Norton Fernandes destacou a relevância das esmeraldas brasileiras no mercado global, sendo amplamente reconhecidas por sua qualidade superior. A Índia, o maior exportador e importador de esmeraldas, é um dos principais interessados nas pedras brasileiras, que surgem do atrito entre diferentes formações rochosas.
Pedras de Pindobaçu: Tesouros da Natureza
O Coração da Bahia não é a primeira esmeralda gigante a emergir das minas de Pindobaçu. Ao longo dos últimos 23 anos, outras quatro pedras preciosas foram leiloadas pela Receita Federal, todas com avaliações milionárias. A primeira, descoberta em 2001, pesava 380 kg e foi avaliada em US$ 400 milhões. A segunda, a famosa **Esmeralda Bahia**, tinha 360 kg e foi encontrada em 2017, avaliada em US$ 300 milhões. Em 2021, uma esmeralda de 404,8 kg foi considerada uma “obra de arte da natureza” e avaliada em impressionantes US$ 990 milhões. A mais recente, com 137 kg, foi leiloada em maio deste ano por US$ 175 milhões.
Essas descobertas consolidam Pindobaçu como um dos maiores centros de extração de esmeraldas do mundo, colocando a cidade no mapa da mineração global. Com cada nova descoberta, o município baiano reafirma sua posição como um tesouro escondido, cujas riquezas continuam a deslumbrar o mundo.
O Futuro das Esmeraldas de Pindobaçu
À medida que o leilão do Coração da Bahia se aproxima, os olhares do mercado internacional permanecem atentos a essa joia rara. Quem arrematar a pedra estará adquirindo não apenas uma preciosidade, mas também um pedaço da rica história de Pindobaçu, que continua a surpreender o mundo com suas esmeraldas.
