A repetição do termo casa e seus sinônimos parece expor uma estrutura dada e que existe apesar de nossos corpos poderosos, afetivos e sensíveis. Numa sutil insurgência ante as formas de ver a morada, ao menos a mais tradicional delas, o ensaio de Almir Júnior sugere expressões possíveis aos materiais de construir, decorar e habitar. Luz, metal, areia, concreto, cerâmica e a própria água mesclam-se à pele, ampliando o repertório comum e os modos de pensar, em nível macro, o ser e o viver como potência de um sujeito artificial. A ambivalência da matéria-prima às cores não nos limita; ao contrário, faz pensar nos movimentos de um corpo sólido, líquido ou luminoso através de performances forjadas. O conjunto das cenas implica em alguma conversão do olhar para o que podem a terra, o canteiro e os nossos interiores.
Os materiais-corpos desse ensaio destacam também elementos considerados tendência na arquitetura e no design para o próximo ano. A natureza, sempre central, está presente em potência, não a rigor. Através da água, surge a vida que amálgama o concreto e a cerâmica. A luz aquece e remete ao fogo; ao calor e ao acolhimento. O metal misterioso fixa e sustenta
a beleza. Na foto de abertura, um pensar o cimento base, ao mesmo tempo em que se sugere a fluidez do elemento artificial, que volta às origens e vira areia nestas páginas. E no auge de todas as cenas está a intimidade, a textura, a nuance, o volume, a linha marcada, a personalidade e tudo o que, em soma, produz sentido e um lugar de viver.
Criação: Almir Jr e Alan Rios
Fotografia: Almir Jr (@instalmirjr)
Maquiagem e Produção executiva: Alan Rios (@alanriosmakeup)
Modelos: Felipe Moreno (@fellipe_moreno)
Isabella Montagna (@montagnaisabella) – Home Model (@homemodelssa)
Mirella Oliveira (@ha_mirella) Pâmela Lirio (@pamelalirio1)
Locação: Spazio Vivere (@spaziovivere)
Agradecimento a Patrick Coelho (@tickmola)
Por: Edvan Lessa | Jornalista
